sexta-feira, 28 de junho de 2013

SE PRECISAR




SE PRECISAR

NÃO QUEIRA SER UMA BRASA,
QUE INCENDEIA E ARRASA,
MAS SE NÃO HOUVER OUTRO JEITO,
SEJA UM ARCHOTE PERFEITO,
FAROL PARA O VIAJOR.

E SE FOR UMA GOTEIRA,
PINGANDO NA CUMEEIRA,
FAÇA COM QUE ESSE PINGO,
CAIA DENTRO DA QUARTINHA,
SENDO ÁGUA BEM FRESQUINHA.

NÃO QUEIRA SER UM ESPINHO,
QUE FERE E FURA O DEDINHO,
MAS SE FOR DESSA MANEIRA,
VIVA JUNTINHO AS FLORES,
INIBINDO OS PREDADORES.

NÃO QUEIRA SER UMA FACA,
QUE DESPEDAÇA E QUE MATA.
SE FOR PRECISO SER LÂMINA,
SEJA O FIO QUE EXTERMINA,
TUMORES, TIRANDO AS DORES.

NÃO QUEIRA SER UMA SOMBRA,
ONDE O COVARDE SE ESCONDA.
MAS QUE NA FALTA DA LUZ,
SEJA UM PONTO DE ESPERA,
A SOMBRA QUE REFRIGERA.

NÃO QUEIRA SER SÓ O ECO,
NÃO SEJA APENAS REFLEXO.
PORÉM SE PRECISO FOR,
SEJA COMO A AMIZADE,
QUE É O REFLEXO DO AMOR.

AUTORIA. MABEL SALES SANTOS ALCOFORADO

SOLTE-SE







FECHE OS OLHOS CALMAMENTE,
DEIXE FUGIR DE SUA MENTE,
QUALQUER PREOCUPAÇÃO.

IMAGINE UM CAMPO VERDE,
E LÍMPIDO AZUL NO CÉU.
UM CAMINHO SINUOSO,
E UM PÁSSARO FORMOSO,
QUE VAI TRINANDO AO LÉU.

VÁ CAMINHANDO TRANQUILO,
SINTA O CHÃO,OUÇA OS RUÍDOS,
DOS PASSOS SINTA A CADÊNCIA,
DO CORAÇÃO A FREQUÊNCIA.

SOLTE SUA MENTE E ACREDITE,
QUE VOCÊ PODE VOAR,
PENSE NISSO FIRMEMENTE,
E NO CÉU PASSE A PLANAR.

SINTA O VENTO NO SEU ROSTO,
DEIXE QUE LEVE O DESGOSTO,
QUE LEVE A MÁGOA E O PESAR.

SAIA DA ATMOSFERA,
EM COMPLETO ANONIMATO,
NÃO SE IMPORTE COM O FATO,
DE SER E NEM DE ESTAR.

SEM BÚSSOLA E  SEM RELÓGIO,
ESTEJA UNO COM O ESPAÇO,
ESQUECIDO DO FRACASSO,
DO ÊXITO E TODA AMBIÇÃO.

QUE A MENTE SEJA O UNIVERSO,
QUE VIBRA SEM RETROCESSO,
NO RÍTIMO  DA CRIAÇÃO.
SOLTE-SE! SIGA SUA VIDA!
DESTRAVE-SE! SEJA ATREVIDA!
DEIXE SUA MENTE CRIAR.

QUE AS CORRENTES MILENARES,
SOLTEM-SE DOS CALCANHARES!
E VOCÊ INDEPENDENTE,
DESPERTADA INTEGRALMENTE,
CONSIGA SE ENCONTRAR!

AUTORIA MABEL SALES SANTOS ALCOFORADO

domingo, 23 de junho de 2013

AS FESTAS DE JUNHO

Maria Helena Marcon
Com o mês de junho, chegam as comemorações festivas que envolvem, normalmente, Escolas, Clubes e, chegam, à conta de novidade até as Casas Espíritas.
São as chamadas festas juninas, que iniciam no dia 13 de junho, dia de Antonio de Pádua, alcança o dia 24, festividade alusiva a João, o Batista e culmina a 29 do mesmo mês, com a festa a Pedro, o Apóstolo, em conformidade com o calendário católico.
Alerta-nos o espírito André Luiz, pela psicografia de Waldo Vieira, no opúsculo "Conduta Espírita" que ao espírita compete "dispensar sempre as fórmulas sociais criadas ou mantidas por convencionalismos ou tradições que estanquem o progresso" , recordando ainda que "O espírita não se prende a exterioridades."
Evocando, em rápido giro histórico, as origens das ditas festas, que têm no fogo o seu elemento mais representativo, vamos encontrá-las relacionadas às celebrações do solstício do verão na Europa e com os cultos devidos aos deuses da fecundação. Com ritos de fogo, comemorava-se a aproximação das colheitas, ao mesmo tempo em que se pedia aos deuses a proteção contra o demônio da peste, esterilidade e estiagem.
Todos os antigos povos da Terra celebravam, em meados de junho, os fogos em honra do Sol. Eram sempre dias festivos, quando os seres humanos cantavam hinos de louvor e faziam os seus pedidos. As pessoas jovens e crianças dançavam em volta das fogueiras, enquanto os mais velhos cantavam em coro canções de agradecimento.
Ainda não existiam os fogos de artifício, mas desde então as fogueiras já representavam uma obrigação e tradição nas comemorações das festas juninas. Costumeiramente altas, elas serviam como termômetro para que os adivinhos pudessem dizer do tempo que faria durante o outono, a época das colheitas. Conforme a direção que o vento soprasse a fumaça das enormes fogueiras, o tempo futuro seria propício ou não para a boa colheita.
A Igreja, em determinado momento, decidiu por associar tais festejos aos seus feriados em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro, passando a constarem do seu calendário.
No Brasil, as festividades juninas vieram juntamente com os portugueses e espanhóis católicos e sofreram influências também dos africanos, em especial dos moradores das Ilhas dos Açores, que incluíram muito de folclore nas comemorações religiosas de então.
Com as tradições européias, as festas juninas passaram a ganhar algumas características próprias depois que foram plantadas no território nacional. Coincidentemente, nesta época do ano, as pinhas maduras dos pinheiros brasileiros deixam cair ao chão o pinhão pronto para ser consumido. Isto foi aliado ainda à época da colheita da batata doce, do milho e outros artigos que são consumidos ao redor das fogueiras.
O traje caipira e o casamento, tão comuns em qualquer festa junina, têm sua explicação. O primeiro, na tradição brasileira, copiando-se do caboclo o modo de vestir, andar e falar. Acrescentou-se a figura das sinhazinhas, numa rememoração aos dias das autênticas, que povoaram a história nacional, no auge dos engenhos e das fazendas, em dias não muito distantes.
A tradição do casamento vem de outros continentes, pois o mês de junho representava para os povos que emigraram para o nosso país, a abundância em época de início de colheita. Os pais podiam promover grandes festas nos casamentos, unindo os dois moços e homenageando, por sua vinculação ao Catolicismo, Santo Antônio, São João e São Pedro, com fogueiras, danças e outras características das festas juninas.
Entendendo que a Doutrina Espírita é eminentemente educativa e o templo Espírita é "(...) Escola de Espiritismo e é Hospital de Espíritos(...)*", tais comemorações não devem adentrar-lhe a intimidade.
"(...)Se o estudante comum tem compromissos com a Sociedade e o mestre-escola tem responsabilidade com as gerações que passam pelo seu gabinete, também o estudante espírita tem compromissos com o Mestre Divino, e o pregador tem deveres e responsabilidade com a alma dos alunos.
Negligenciar tais deveres é desrespeitar o salário da fé e paz interior que recebe para o honroso cumprimento das tarefas."
"Por isso, honrar o templo espírita é preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes e aparentemente fraternistas, mas que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas."
"Honremos, pois, o templo espírita, fazendo dele a nossa escola de aprendizagem e renovação, para que o Espiritismo se honre conosco, felicitando-nos a vida!"*
* Crestomatia da Imortalidade/Divaldo Pereira Franco/Mensagem de Djalma Montenegro de Farias/cap. 21.
(Jornal Mundo Espírita de Junho de 2001)

APRENDA A CALAR




Há muita necessidade de silêncio nos dias atuais...
As pessoas ansiosas por se fazer ouvir, falam cada vez mais alto, como se isso bastasse para que os outros as escutassem.
Em restaurantes, shoppings, filas, salas de espera, salões de beleza, aeroportos, se ouvem os falatórios. E, para aumentar o ruído, em alguns lugares tem um som ambiente mais alto ainda...
E, quando não se tem alguém para falar, o celular serve. A pessoa faz uma ligação e se esquece de que está dividindo o ambiente com outros indivíduos, que não estão interessados no seu assunto.
É impressionante como as pessoas falam  muito, e falam alto...
Além de ser um grande desrespeito aos ouvidos alheios, essa gritaria torna impossível um diálogo entre pessoas de voz moderada, nesses ambientes comuns.
Mas não é só a falta de silêncio exterior que assola muitas pessoas hoje em dia. É também a falta de silêncio interior.
Poucos indivíduos ouvem a própria voz e analisam seus pensamentos antes de exteriorizá-los.
O hábito de meditar antes de expor uma opinião ou um julgamento, é muito pouco cultivado em nossa sociedade.
E isso tem sido motivo de desarmonia e intrigas, de mal-entendidos e hostilidades.
Saber calar, saber ouvir, ser senhor de suas palavras e de seus sentimentos é um desafio que merece ser pensado.
Talvez, foi por ter percebido essa necessidade em nosso meio, que um Espírito amigo nos trouxe a seguinte mensagem:
Aprenda a silenciar a palavra que sai gritada de seus lábios, ferindo a sensibilidade alheia e lhe deixando à mercê das companhias inferiores.
Aprenda a calar...
Aprenda a silenciar a palavra suave, mas cheia de ironia, que sai de sua boca ridicularizando, humilhando a quem se dirige e que lhe intoxica, provocando a dor de estômago, as náuseas ou a enxaqueca.
Aprenda a calar...
Aprenda a silenciar o murmúrio que sai entre dentes, destilando raiva e rancor e atingindo o alvo, que fere como punhal, ao tempo que lhe fragiliza a ponto de não se reconhecer, de se assustar consigo mesmo.
Aprenda a calar...
Aprenda a calar o pensamento cruel que lhe passa na mente e que, por invigilância, nele você se detém mais do que deveria. Você se assustaria se pudesse ver sua máscara espiritual distorcida.
Aprenda a calar...
Aprenda a calar o julgamento que extrapola o que vê e o que sabe, levando-o a conjeturar sobre o outro, o que não sabe e não viu, plasmando idéias infelizes que são aproveitadas pelos opositores daquele que é julgado.
Aprenda a calar...
Aprenda a calar todo e qualquer sentimento indigno, zelando pelas nascentes do seu coração, para que não macule e não seja maculado.
Aprenda a vigiar os sentimentos para que cada dia, mais atento e vigilante, saia da esfera mesquinha a que se aprisiona voluntariamente, e possa alçar voos mais altos e sublimes.
Aprenda a calar...
E, enquanto não consegue deixar de gritar, falar, murmurar, pensar cruelmente e julgar, insista em orar nesses momentos. Nem que as frases lhe pareçam desconexas e vazias de sentimento.
Insista na oração até que, um dia, orará não com palavras nem pensamentos, mas será sentimento por inteiro, amor, amor puro e verdadeiro em ação, dinâmico, envolvendo os outros e a si mesmo, verdadeiro discípulo que conseguirá ser.
Aprenda, definitivamente, a calar!
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem 
do Espírito Stephano psicografada por Marie-Chantal Dufour
 Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação, em 14/03/2005.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 11, ed. Fep
Em 31.01.2010.